San Sebastean

Nunca percebi muito bem o fascínio que a imagem deste a quem chamaram Santo, provoca nalguns homens, que serve de inspiração para tantos auto-retratos e os faz encarnar a personagem de uma forma quase real.
Será por muitos o considerarem o "padroeiro" dos homossexuais?









It's party time

Recuerdos


Temos (infelizmente) a tendência para criticar tudo e todos os que pensem, digam ou façam coisas que diferem da nossa maneira de ser. Muitas vezes até criticamos nos outros aquilo que nós próprios já fizemos, ou que viremos a fazer mais tarde. Já os antigos diziam que "a primeira semente a colher será a da língua" e tinham razão.

Não me acho de forma alguma melhor que os demais, mas assisto por vezes a comportamentos, nos quais não me consigo rever. Não quer isto dizer que não tenha já feito igual, ou pior. Não posso dizer que não gosto de ervilhas, se nunca as provei. De igual modo, situações em que agora não alinho, é porque já passei por elas e não gostei, ou porque com a amadurecimento passei a vê-las como menos próprias.

Por exemplo, do ponto de vista sexual, fui apurando os gostos com a idade. Hoje já não me envolvo com um determinado tido de pessoas, ou em certos lugares, o que não quer dizer que não o tenha feito noutro tempo. Nos meus tempos de juventude experimentei quase tudo. Se uns recordo com um sorriso nos lábios, outros houve que não deixaram saudades nenhumas, mas todos foram experiências e contribuíram para a formação do homem que sou hoje. Só por isso valeram a pena.

Lembrei-me hoje de um desses episódios, dos tempos em que eu era um jovem insaciável e queria experimentar de tudo. Andei um tempo cismado em ter sexo com um gajo numa casa de banho pública. Na época deslocava-me muito de comboio e quando precisava de usar os WCs da estação, apercebia-me que se faziam lá engates. A minha condição de puto tímido provocava-me algum constrangimento, mas saía de lá cheio de tesão e vinha para casa a trepar pelas paredes.

Um dia decidi que havia de ter qualquer tipo de contacto mais íntimo com alguém lá dentro. Queria saber como era. O que motivava aqueles homens ao ponto de se arriscarem num ambiente público, onde qualquer pessoa pode entrar. A sujeitarem-se a serem apanhados em flagrante e insultados a qualquer momento.

Entrei e olhei ao meu redor. O WC estava praticamente vazio, mas ao fundo estava um cota com os seus 50 anos, que olhava de cada vez que a porta se abria. Tinha idade para ser meu pai, mas era um tipo charmoso e enxuto. Terminei de urinar, dirigi-me aos lavatórios e pelo espelho reparei que o tipo me fazia sinal para que me aproximasse.

Enchi-me de coragem e coloquei-me ao seu lado. O cota estava excitado e eu tinha a pila que me queria rebentar a braguilha. Abri o zip e deixei-a respirar. Vi que se masturbava e comecei a fazer o mesmo. Estávamos sós e ele começou a falar-me ao ouvido, dando-me indicações de como me masturbar. "Agora mais rápido, agora mais devagar, agora pára, imagina que te fazem isto e aquilo, agora continua..." Em momento algum nos tocamos, mas aquela sensação de "fruto proibido" tinham-me completamente extasiado.

Infelizmente durou pouco. Apenas um momento. Esporrei-me rapidamente, mas foi uma ejaculação que me pareceu durar uma eternidade. Lavei as mãos e saí dali a correr, com aquele sentimento de menino que tinha feito asneira e receava ser descoberto.
Não tornei a vê-lo, mas nunca mais esqueci a sua voz rouca a sussurrar-me ao ouvido. Foi sem duvida a melhor punheta da minha vida.

Um dos filhos de Sócrates entra na casa de banho e vê o pai a mijar. Muito espantado diz:
-Eh pai, que pila tão grande!
-Oh filho achas a minha pila grande? Então espera até veres a da minha namorada!!!!

sexy chick

Para mim não, obrigado


A minha primeira reacção a respeito da homossexualidade foi de repúdio. Na ignorância da minha juventude e inexperiência, achava que ser homossexual se resumia a ser e actuar como aquelas "figuras" que esperavam pelos magalas na saída da porta de armas, ao fim da tarde. Que se pavoneavam para lá e para cá, em atitudes ridículas, de quem quer ser mais mulher do que as mulheres. Abominava-os. Ainda hoje não os suporto. Sei que não devemos discriminar, principalmente entre nós, como se não bastasse a intolerância de que sempre fomos vítimas, (em parte, por culpa desses mesmos comportamentos) pela maioria da sociedade em que estamos inseridos, que se consideram normais e a nós uns seres desprezíveis, talvez tipo umas criaturas verdes, vindas de outro planeta.
Por isso acho que devemos aceitar a todos da maneira que são, e aceito. Reconheço-lhes o direito ao seu raio de sol, mas reservo-me o direito de me manter afastado de um certo tipo de comportamentos. Nunca me achei menos homem por assumir a minha homossexualidade. Nunca fui efeminado e não me sinto minimamente atraído pelos que o são. Sou homossexual porque gosto de homens. Se deixei de me deitar com mulheres por já não me excitarem, para que quero um homem que se julgue e comporte como uma delas? Aceito as diferenças e acredito que para cada panela exista um testo, mas eu dispenso!

Para cada gusto, su color...








The good old school days

Eu chamo-lhe putice!


O mais recente estudo sobre sexualidade mostra que 600 mil Tugas estão viciados em sexo. Isto, de entre os que se confessaram! Na realidade devem ser muitos mais. Maioritariamente do sexo masculino. Diz-se que por um problema hormonal que aumenta os níveis de testosterona nos machos. No ambiente gay, será esta a explicação para tanta promiscuidade a que assistimos nos tempos que correm? Tantas horas passadas nos parques de estacionamento, tantos litros de combustível desperdiçados em intermináveis voltinhas? Eu consideraria este estudo uma perda de tempo, comparado com tantas outras perturbações da personalidade humana, não fosse pelas verdadeiras vitimas desta doença. Aquelas que inocentemente esperam em casa pelo companheiro, muitas vezes com o jantar pronto, enquanto ele percorre o percurso habitual, sem fazerem a mínima ideia do seu paradeiro. Sim, na maioria são casados, chefes de família, e neste caso não são outras mulheres o que procuram, nessas horas de cio.

O Hino (renovado)

O dia em que tudo mudou


A minha vida dava um livro, por tantas transformações que tem sofrido. O homem que sou hoje nada tem a ver com os tempos da minha juventude.
Sexualmente falando, fiz-me homem aos 14 anos. Por várias vezes fiz esta afirmação e sei que em muitas delas a minha palavra foi posta em causa, mas repito-a, por ser verdade. Dos 14 aos 21 fui heterossexual! Genuíno! Nunca, durante esses 7 anos, um homem me despertou a atenção.

Passado tanto tempo, se algo posso referir como possiveis sinais do que me viria a acontecer mais tarde, será o facto de nessa fase ter sido sempre fiel à única mulher que namorei e com quem casei. Foram tempos férteis. Era um puto baixinho e franzino, mas fodia como um cavalo (falando português) e tive a sorte de ter uma parceira que sempre me aguentou a pedalada. Teve esse facto algo a ver com a fidelidade que lhe mantive? Pode ser que sim, ou que não...mas reconheço que não é muito normal um jovem, na idade fogosa, ser fiel a uma só mulher. Casar-se, tendo conhecido apenas a intimidade de um corpo. Certo é que a primeira vez que a traí foi com um homem, quando já estávamos casados.

O que aconteceu nesse dia esteve sempre muito além da minha capacidade de interpretação.
Ia eu em viagem. No bar do comboio, reparei que um tipo de meia idade não tirava os olhos de mim. Sendo fumador, fazia sempre as viagens enfiado no bar, por poder fumar nessa carruagem. Passado algum tempo, comecei a questionar o comportamento do gajo. Se não fumava nem bebia, que fazia ali, na minha frente, a olhar-me de alto a baixo, lembro-me de ter pensado.

A certa altura dei conta que o tipo se acariciava e que estava excitado, enquanto me olhava com aquele olhar de predador, que se nesse tempo eu desconhecia e me incomodou, hoje me excita como nenhum outro. Primeiro apeteceu-me bater-lhe, confesso. Mais ainda quando eu próprio me senti excitado com a situação. Lembro-me de um turbilhão de emoções. Um misto de curiosidade, raiva, repúdio, que me invadiram a mente e me fizeram correr dali, sobressaltado. Não tornei a ver o tipo até ao fim da viagem.

Chegado ao destino, saio da estação e entro no primeiro bar que encontro. Deviam ser umas 22 horas. Ia pernoitar em casa de familiares e apresentar-me de manhã no quartel da cidade, para a inspecção militar. De repente diz-me o funcionário que alguém me quer pagar uma bebida. Olhei para o fundo do balcão e vejo o mesmo tipo do comboio, sorrindo-me, com uma postura que na altura eu não conseguia avaliar, mas que hoje reconheço, soltava charme e sensualidade por todos os poros. Estava ali de novo a olhar para mim. Coincidência? Nah...nem um ingénuo como eu acreditou.

Não sei como nem porquê, mas aceitei-lhe a bebida, o que lhe deu liberdade de se sentar ao meu lado e meter conversa. Saímos dali apenas quando o bar fechou, para casa dele. O que passou nessa noite foi algo até hoje incomparável e que obviamente me marcou para o resto da vida. De manhã levou-me ao quartel e passou de tarde a apanhar-me. A estadia que deveria ser de dois dias, demorou uma semana e voltei a casa apenas por me lembrar que tinha muita gente preocupada comigo.

Melhor dizendo, parte de mim voltou, mas não o mesmo que tinha saído uma semana antes. Não era, e nunca mais havia de ser a mesma coisa...

Que Touro!

Com um gajo destes, até debaixo de água...

Só eu é que sou...


Em Las Vegas, na Terra do Tio Sam, a prostituição é uma actividade tão legal como outra qualquer.
Recentemente foi capa de revista este jovem, que admite cobrar 300 dólares por hora e garante a satisfação "das" clientes.
Com este aspecto de machão, pergunto eu que número calçarão "as" clientes dele?

Nah... deve ser impressão minha. Só eu é que sou!!

Até a natureza é nossa amiga :-)

Está na hora de sair da casca!

Teu corpo



Teu corpo, em mil desejos estraçalhado
Meu templo de carícias e quimeras
A quem brindei eternas primaveras
Gozando os mil prazeres de ser amado

Quase perfeito


Um felino agachado
entre quatro paredes
um animal feroz e fabuloso
uma lenda surgida da espuma
do desejo carnal que arde
nos sonhos, tua perfeição
feroz de fuga e duelo
a ousadia de ser parte de um duelo
na qual tu como Fênix
levas tesouros guardados em tua
garganta
de tigre e semental
o mais formoso
habitante de todos os desejos:

Quem fala por tua espinha dorsal?
E por tua frente,
Por tuas pernas
Vergas de tornozelos com pulseiras
douradas do mítico mistério
que se estreita na cintura escultural
que eleva o tórax mais perfeito
que conhece o escultor fecundo
em seu elemento,
fascinado por ti
vertiginoso, como a fonte pura
de tua fronte e teu rosto
de enigma e de mistério

Tigre e sombra que o poeta
teme nomear para
evitar a profanação dos
templos, lacrados pelos deuses
que alimentam a escarpada cabeça
com que investes e rompes
o equilíbrio do hexâmetro
Animal do luxo e a ferocidade
com olhos cintilantes de serpente

O pecado está em ti: tu o sustentas.
e minha carne é a tua e é meu sangue
o que bebes como elixir para seguir
guardando os tesouros que
povos idumeus deixaram
em tuas garras tão perfeitas
como teus lábios de animal
e de homem pois tu és
o mítico e o novo

Quem disse que deixamos de ser homens?!

Hummmmm...


Depois disto, não importa por onde tenhas andado, nem existe sequer forma possível de retorno. Para trás, nem para apanhar balanço (ou só se for). Resigna-te a ser feliz :-)

Quando as hostes se começaram a agitar cá deste lado...

O princípio do fim...


Foi aqui que tudo começou, a 28 de Junho de 1969. Cansados de tanta discriminação, um punhado de homens com os colhões no sítio, decidiram revoltar-se contra uma sociedade e um sistema que há décadas os privava dos seus direitos fundamentais.
Foram precisos 40 anos para que em Portugal sentíssemos algumas benesses do seu sacrifício, mas não nos podemos esquecer que foram eles os grandes responsáveis por tudo isto.

Que toquem os sinos!


Pouco a pouco, as peças vão encaixando. Saia um viva à liberdade!!!

O primeiro minuto


Neste blog vamos contar histórias até aqui amordaçadas por uma sociedade discriminatória. Histórias vividas, assistidas ou escutadas e por muito tempo camufladas, encobertas no seio de uma minoria calada pela vergonha. Preparem-se. Chegou a hora. Que se fodam os moralistas, os preconceituosos, os encubados, os curiosos. Que se fodam os de públicas virtudes e vícios privados. Os que discriminam por cobardia. Pela falta de coragem de viver o que invejam naqueles que se assumiram. Se existimos, merecemos viver sem reservas ou receios. Vai ser esta a atitude deste blog. A de mandar foder quem não gostar de o ler. Só teme quem deve, e aqui não devemos nada a ninguém.