Never say Never!


Dentro das várias vertentes da homossexualidade, considero-me mais activo. Esta não é uma afirmação pejorativa em relação aos passivos, muito pelo contrário. Admiro-os! Considero que é preciso ser-se muito homem para se aguentar uma penetração.

Mas não quero dizer com isto que nunca experimentei. Para saber que não gosto e reconhecer o valor a quem o faz, claro que tive de experimentar. Tentei por mais que uma vez, com pessoas que fizeram questão e que eu entendi merecerem o esforço. Só por esse motivo admito fazê-lo, por consideração à outra parte, mas é um sacrifício, confesso.

No entanto, houve uma vez que fui bem fodido e gostei. Não me perguntem porquê, mas gozei aquele momento como se estivesse acostumado a fazê-lo todos os dias e consegui uma ejaculação daquelas que recordamos com um suspiro até ao fim da vida.

Era um calmeirão (um touro, como eu lhes chamo), com 1, 90 m de altura e uns 100 kgs de peso. Afirmo muitas vezes que só entendo a homossexualidade por gostar de homens, por isso só me excitam gajos com aspecto másculo e gosto deles grandes. Claro que depois na intimidade convém que prefiram virar-se de costas, mas isso é outro assunto. Para me darem tesão têm de parecer homens, caso contrário, nem os olho duas vezes.

Voltando à "tal" foda, foi de facto um acontecimento especial e único. Era um cliente que fazia questão de me bater à porta do escritório para me cumprimentar, de cada vez que ia ao meu local de trabalho. Por muito tempo encarei o gesto como um acto de cortesia, normal entre dois homens educados, mas houve uma altura em que os nossos olhos se encontraram e senti química.

Por um tempo achei ser impressão minha e por pouco me esquecia do assunto, se o tipo não me procurasse outra vez, desta feita já com uma conversa mais insinuante, o que me obrigou a concluir que a tal química não era exclusividade minha.

Um dia levei uma revista nitidamente homossexual e guardei-a na gaveta da secretaria. Na primeira vez que o vi entrar à recepção, abri a revista e deixei-a propositadamente em cima da mesa. Quando vi que se aproximava, saí a porta do escritório e convidei-o a entrar e que estivesse à vontade, que voltava num minuto.

Foi o suficiente. Quando voltei ao escritório, dou com ele a pousar a revista, um bocado atrapalhado, situação agravada pelo facto de não conseguir disfarçar uma erecção quase tão grande como ele...

Não vou detalhar o que se passou a seguir. Já devem ter percebido que este blog não tem propriamente uma linha direccionada à pornografia, mas posso dizer-vos que foi o primeiro e o único gajo que me penetrou e que eu tenha gostado. Desfrutei daquele momento sem um pingo de pudor, sem dores ou constrangimentos. Por vezes lembro-me do "touro", com um único lamento. Nunca mais o ter visto...

COM O OLHAR NO HORIZONTE


Oras vagas e tardias,

Ensejos mirabolantes,

Batidas de maresia,

Percorrem a costa errantes.



Fruto de intolerância,

Preconceitos absurdos,

Homens que a ignorância

Não deixa gritar, faz mudos…



Em vida de desagrado,

Correm risco em degredo.

Porque incorrem com seu fado,

Em vida de desejo e medo.



Penam com chuva ou frio,

De calças baixadas ao vento.

Amortalhando seu brio,

De paixão e desalento.



Horas? A quaisquer umas,

Matreiros esperam a presa.

Para correrem prás dunas,

Em completa incerteza.



Vida essa sem verdade,

De desejo amordaçado.

Favorece a promiscuidade,

Ser humano ultrajado!



Não lhe é dado o direito,

Que na natureza lhe assiste.

Pela falta de respeito,

Que no seu próximo existe.



Temem tudo até o dedo.

Acusador, intolerante.

Se colhidos no enredo,

De sociedade pedante!